quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mais esquemas de carbono

O Le Monde publicou a semana passada uma pequena notícia evidenciando mais um dos muitos esquemas associados à negociação de créditos de carbono. Nada de novo todavia, como se pode ver pelo facto da notícia já ter corrido há meio ano atrás...

O que torna este especial é que envolve também os CFCs, os tais supostamente envolvidos na destruição da camada de ozono... No centro do esquema está o HFC23, um gás de efeito de estufa, que é gerado na produção do HCFC22, utilizado como gás refrigerante. Tais gases são produzidos maioritariamente na China, Índia e América Latina. E é aqui que entra o programa CDM (Clean Development Mechanism) das Nações Unidas. O programa foi basicamente abusado, como relatou oficialmente as Nações Unidas, ao ponto de se estar a produzir HCFC22, só para produzir HFC23, para depois o recolher, e garantir os créditos de carbono... Como o Le Monde refere, o incentivo pago é 70 vezes superior ao custo do processo, o que torna o esquema particularmente lucrativo...

Como conclui o Le Monde, uma parte das Nações Unidas, associada ao protocolo de Montreal, procura livrar-se do gás, enquanto a outra parte das Nações Unidas, associada ao protocolo de Kyoto, encoraja a produção dele, para de seguida se destruir!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Qualidade da água


Um leitor enviou-me um email sobre a recente polémica da mensagem SMS da Quercus: "Evite comprar água engarrafada e prefira a da torneira, cuja qualidade está devidamente controlada. Um conselho Vodafone/Quercus". A APIAM (Associação Portuguesa dos Industriais de Águas Minerais Naturais e de Nascente) considerou a iniciativa "infeliz". Quem tem razão?

Se por um lado é claro que existe um forte interesse comercial no negócio das águas, como o vídeo acima, de Annie Leonard, demonstra, também não deixa de ser do conhecimento dos Portugueses que por vezes há problemas graves com a água de abastecimento público. Embora as redes públicas enunciem as suas vantagens, e os resultados também sejam publicamente disponíveis, não há dúvidas que as águas engarrafadas também têm algumas vantagens, como este excelente documento revela.

Por isso, nestes tempos de crise, o mais importante é muitas vezes pensarmos na carteira. E nesse aspecto, a água da torneira, de casa, é normalmente mesmo muito melhor!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ainda mais Aquecimento Local

Ele há alarmistas que deliram, mas não interiorizam as consequências das suas visões delirantes. Henk Feith, do blog Ambio, é um deles; no seu mais recente post, ele propõe que a água aquecida no Verão, seja armazenada para o Inverno, talvez no sub-solo...

Não há muito a fazer, a não ser encontrar formas de armazenar energia térmica no verão para consumo no inverno. Essa forma podia ser através do armazenamento no subsolo e se calhar um dia o investimento nessas soluções terá um rendimento que o justifique, atualmente o preço de energia elétrica continua de tal forma baixo que não é o caso. O resultado é que algum consumo energia elétrica no inverno que podia ser evitado, usando a água aquecida verão.

Talvez ele queira implementar a visão de Al Gore, que referia que a temperatura era de vários milhões de graus no sub-solo! Ou então propôr um pipeline entre o hemisfério Norte e o Sul, distribuindo o calor quando faz Verão num lado, para o Inverno do outro lado... O que a visão entorpecida de Henk não lhe permite alcançar é que os seus painéis solares estão a reter a energia solar no nosso planeta, com uma intensidade muito superior à dos gases com efeito de estufa. Estudos recentes determinam mesmo que uma das formas mais eficientes de reduzir a absorção de radiação solar é aumentar a reflectividade (albedo) a nível urbano, precisamente o contrário dos sonhos de Henk...

Das duas uma, ou Henk está convencido que vem aí o Arrefecimento Global, e aí está a agir correctamente, ou então deveria pintar o seu telhado de branco!

domingo, 27 de junho de 2010

Rui Moura faleceu

É com pesar que soube agora do falecimento do Eng. Rui Moura, uma das pessoas que mais se bateu contra a pseudo-ciência climática que grassa nesta sociedade. O seu blog Mitos Climáticos é certamente um dos mais antigos, e o mais destacado blog em português, nesta luta a favor da verdade científica.

Desde o início do Ecotretas que havíamos trocado vária correspondência. Sempre o conheci como uma pessoa muito correcta, precisa, e clarividente. Sem dúvidas que ficamos todos muito mais pobres!

Paz à sua alma.

Portugal no Quinto Relatório do IPCC

Depois de nenhum português ter contribuído, como autor ou editor, para o quarto relatório do IPCC (1)(2)(3), a lista para o quinto relatório do IPCC inclui dois portugueses. São eles, o já nosso muito conhecido Filipe Duarte Santos, e Pedro Viterbo, um colaborador do Instituto de Meteorologia. Do pouco que descobri na Internet sobre este último, praticamente desconhecido, realço algumas afirmações neste artigo do Público, que são mesmo adequadas para o presente ano de 2010:

A temperatura de conforto para ir à praia, que é de 21 ou 22 graus, está a registar-se em mais dias do ano.
(...)
Como a variação entre Maio e Junho é de um grau a um grau e meio, pode dizer-se que a temperatura de conforto para ir à praia está a ser antecipada.
(...)
A transição do Inverno para a Primavera [a 21 Março] tem acontecido mais cedo, cerca de dez dias a meio mês.
(...)
Uma das diferenças entre o Inverno e a Primavera é precisamente a precipitação. O final do Inverno tem registado menos chuva, logo pode dizer-se que há uma antecipação da Primavera em uma ou duas semanas.

Ambos são "Review Editors", o que segundo o IPCC, têm como função:

Review Editors will assist the Working Group/Task Force Bureaux in identifying reviewers for the expert review process, ensure that all substantive expert and government review comments are afforded appropriate consideration, advise lead authors on how to handle contentious/controversial issues and ensure genuine controversies are reflected adequately in the text of the Report.

Nos conjunto dos grupos, (1), (2) e (3), mais de 60% dos peritos são novos, como os dois portugueses. Confesso que isto transmite uma mensagem, não muita abonatória para os anteriores. Mas os novos escolhidos não prometem ser melhores, dado o exemplo dos dois portugueses... Por isso, acompanharemos de perto este processo, e especialmente o contributo destes dois.

sábado, 26 de junho de 2010

Neve fresquinha

Enquanto o Verão parece ter dificuldades em instalar-se aqui no nosso cantinho à beira-mar, a neve continua a cair onde os alarmistas dizem que há muito que não devia cair. Na Austria, o glaciar Hintertux reportou quedas de 45 cm de neve, com uma base de 195 cm, o que permite a existência de 20 Km de pistas de esqui. Em Dachstein a base é de mais de 2 metros, enquanto no Kitzsteinhorn as pistas re-abriram, depois de uma queda de 5 cm na passada terça-feira. Situações semelhantes verificam-se em outros locais dos Alpes, enquanto no hemisfério Sul a temporada já está em velocidade de cruzeiro... Por cá, continuamos à espera do calorzinho...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pegada de carbono de um café?

Agora tudo tem uma pegada. Até um café! Segundo esta notícia do Guardian, um café representa 21 gramas de CO2, quando se ferve apenas a água necessária. Ao contrário, um cappuccino representa muito mais, cerca de 235 gramas de CO2! Segundo o jornal, que também avalia a pegada do chá tipicamente inglês, quatro chávenas de chá representam 30kg de CO2 num ano, o equivalente a cerca de 65 Km num carro médio...

Porquê a diferença? Por causa do leite! E porque o leite vem das vaquinhas, e porque as vaquinhas ruminam e emitem metano na atmosfera! Por isso, para os ecologistas, nada de leite! Substituam por um biscoito, com uma pegada inferior. É por isto, e por outras, que esta religião do Aquecimento Global retorna aos velhos tempos das religiões, e das suas abstinências!

Bomba neles

A escumalha ambientalista decidiu aumentar a pressão naqueles que procuram expressar a verdade. Gabriel Calzada, a que já nos referimos anteriormente, mais que uma vez, recebeu há dias uma encomenda da Thermotechnic. Como não estava à espera de nada, de uma das companhias que tem contribuído para o buraco tarifário espanhol, Gabriel ligou para a empresa a perguntar-lhes o que era. A resposta foi rápida: era a resposta aos estudos inconvenientes de Calzada.

A ameaça foi levada a sério por Calzada. Chamou especialistas de segurança, que confirmaram ao vivo, que a encomenda era efectivamente uma bomba desmantelada! A empresa agora nega as evidências, mas esperem-se implicações internacionais significativas...

Actualização: Há finais felizes, mesmo para histórias como esta: a empresa de estafetas trocou os embrulhos, embora seja ainda dificil perceber como é que para além de embrulhos, houve trocas de procedência!!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lista dos trigloditas

Um estudo feito por um informático canadiano, mas logo secundado por alguns dos trigloditas climáticos, nomeadamente Stephen Schneider, já bastante conhecido dos leitores deste blog, revela que 97 a 98% dos investigadores climáticos suportam o Aquecimento antropogénico defendido pelo IPCC...

Neste aspecto, não há grande novidade. Afinal Galileu era uma percentagem infinitesimal há 500 anos atrás. O que surpreende neste estudo é a sua excepcional má qualidade! A lista negra dos cépticos tem inúmeras gralhas, como múltiplos posts na blogosfera e imprensa tem evidenciado! A utilização de ferramentas como o Google Scholar só evidencia como ferramentas muito úteis podem ser completamente mal utilizadas.

Mas o ponto que interessa aqui relevar é que o estudo cinge a comunidade científica nacional, na área climática, a dois cientistas: Jose Pinto Peixoto e Renato Henriques. Estes nomes foram confirmados ao Ecotretas, por e-mail, por Jim Prall, um dos autores do estudo, o informático que mantém tal lista. Um alarmista e um céptico, vejam só, em Portugal! 50%! Nada dos parasitas, nem de cépticos, alguns bem conhecidos em termos internacionais. Por isso, estudos destes, só pro caixote do lixo...

Actualização 2010/07/08: O Miguel Araújo descobriu hoje o artigo, mas ainda não descobriu que só há dois cientistas relacionados com o clima em Portugal...

terça-feira, 22 de junho de 2010

O estado do crime

Uma das queixas recorrentes que faço dos Media portugueses é a falta de jornalismo de investigação. Tal é especialmente verdade nos Media públicos, que não são supostos investigarem o que quer que seja, senão divulgar a propaganda oficial. Por isso, a reportagem "O estado do Crime" da TVI, via Blasfémias, do jornalista Rui Aráujo, com imagem de Rui Pereira e montagem de Carlos Lopes, é de louvar! Depois da brilhante reportagem da "Máfia Lusitana", também do mesmo jornalista da TVI, não deixem de perder esta! E perguntar por onde andam as ONGs do Ambiente?

Pintando montanhas

Já tínhamos aqui referido tentativas de proteger glaciares envolvendo-os com cobertores. Agora, no Peru, a ideia é tentar salvar um glaciar pintando a montanha de branco! A ideia é tão pateta, mas isso não excluiu o Banco Mundial de ajudar com 200000 dólares.

A ideia original partir de Eduardo Gold, que não tem quaisquer qualificações científicas... Mas leu uns livros... E toca a pintar o pico Chalon Sombrero, que atinge os 4756 metros. A pintura é feita com três ingredientes ecológicos: calcário, ovo e água! Em duas semanas já caiaram dois hectares, pretendendo atingir 70 hectares. Curiosamente, parece que já caiu alguma neve, o que para eles tem uma causa óbvia!

Se a moda pega, talvez venham a pintar o Kilimanjaro. Ou a Serra da Estrela... Ou talvez voltem a fazer como os nossos ante-passados, caiando as casas do Alentejo. O problema é se vem aí frio: depois, teremos que voltar a pintar tudo!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vento ao largo

A exploração de energia eólica offshore é a sequência natural para aqueles que já não conseguem sacar mais dinheiro em terra. E se a energia eólica não é competitiva em terra, como esperam que o seja ao largo? E mesmo quando conseguem instalar umas quantas, já aqui observamos que os problemas são o que se segue...

P Gosselin, no seu blog, dá-nos mais umas ideias de como as coisas podem correr mal, à la lei de Murphy. O parque eólico Alpha Ventus é um exemplo. A brincadeira custou 250 milhões de euros, contra os 189 milhões inicialmente previstos; se a coisa derrapa assim na Alemanha, imaginem se chega cá... E isto tudo para alimentar de energia apenas 50000 casas?

No final do Verão de 2008, o mau tempo impossibilitou a instalação das primeiras seis turbinas. Depois descobriram que o equipamento para instalar os enormes geradores não estava disponível. Depois seguiram-se problemas nos transformadores. Entretanto, depois da inauguração, os problemas continuaram. Gosselin relata que dois dos doze aerogeradores foram desligados por várias semanas. As temperaturas atingiram valores elevados, obrigando a que fossem desligados. Agora as turbinas têm que ser removidas de uma altura de cerca de 150 metros. Estima-se que o trabalho não esteja terminado até ao final do Verão.

Nos outros parques offshore da região, os problemas também se acumulam... No parque Bard Offshore 1, colisões entre as fundações e o barco de construção obrigam a mais atrasos. Os custos aqui estão a disparar de forma ainda mais significativa, dos 500 milhões estimados inicialmente, passou-se para os esperados 1.2 biliões de euros!

E na Dinamarca, Gosselin enumera mais uns quantos desastres. Mas como ele refere, enquanto estas empresas estiverem a ser suportadas por Governos esbanjadores, não haverá problemas para elas...

domingo, 20 de junho de 2010

Parasitagem em euros, até 2004

Depois do primeiro post, sobre a parasitagem antes do Euro, neste evidenciamos os projectos que se socorreram dos temas do Aquecimento Global e Alterações Climáticas, para obterem subsídios até 2004. Acrescentei uma coluna sobre a descrição do projecto, que inclui um extracto do resumo do projecto, acessível na totalidade através do link providenciado para cada projecto:

ReferênciaInvestigador ResponsávelProjectoExtorsãoDescrição
POCTI/MGS/34883/99Helder José Perdigão GonçalvesAmbiente Construído, Clima Urbano e Utilização Racional da Energia (ACLURE)74819.68O consumo de energia está directamente relacionado com problemas ambientais tais como alterações climáticas à escala global e local
POCTI/MGS/37970/ 2001Maria Júlia Fonseca de SeixasGeneticLand: Descobrir paisagens futuras sob cenários de alterações climáticas usando Algoritmos Genéticos99475As alterações climáticas têm reprecurssões na paisagem. Algumas podem ser benéficas, outras podem ter implicações negativas para o ambiente e para a economia. Assim, é importante estudar como a paisagem irá evoluir em função das alterações climáticas.
POCTI/CTA/39607/ 2001Filipe Duarte SantosCLIVAR - Variabilidade e Mudança Climática: Padrões e Impactos à Escala Regional85000O Projecto CLIVAR propõe-se a clarificar alguns aspectos do clima regional ibérico que são em importantes tanto para a regionalização de previsões sasonais do clima como para a avaliação do impacto das mudanças climáticas.
POCTI/ESP/42532/ 2001Maria Amélia Afonso GrácioEfeitos do aquecimento global sobre potenciais hospedeiros intermediários e vectores de parasitas causandodoença no homem e animais em Portugal30000A migração em larga escala de populações de áreas em que as doenças transmitidas por H.I. e vectores são endémicas, associada com o aquecimento global, pode tornar receptivas á transmissão daquelas doenças algumas zonas na Europa.
POCTI/CTA/42917/ 2001Ana Maria Guedes de Almeida e SilvaDetecção Espaço-Temporal das Propriedades Ópticas dos Aerossóis e do seu Transporte por Advecção110000Contudo a falta de informação sobre as propriedades e a dinâmica dos aerossóis, particularmente na troposfera, constitui uma das maiores incertezas na previsão das alterações climáticas e na elaboração de cenários climáticos regionais.
POCTI/AGG/47275/ 2002Manuela Rodrigues Branco SimõesAdaptação de Tomicus spp à fisiologia do hospedeiro num cenário de alteração climatica80000Alterações na fisiologia das árvores em resultado de temperaturas mais elevadas e secura estival, previstos pelo cenário das alterações climáticas, serão favoráveis a estes insectos, por uma maior susceptibilidade do hospedeiro, quer por redução na produção de compostos secundários defensivos, quer por alterações na composição do floema.
POCTI/BSE/48918/ 2002Rui Orlando Pimenta SantosEfeito de alterações globais na flora marinha portuguesa numa escala temporal longa94020É actualmente reconhecido que as alterações climáticas têm influenciado a distribuição geográfica das espécies marinhas através dos limites fisiológicos de temperatura, que são específicos para cada espécie.
POCTI/MGS/49210/ 2002Celeste de Oliveira Alves CoelhoAvaliação dos impactes das alterações climáticas sobre os recursos hídricos e a fixação de CO2 por povoamentos florestais de crescimento rápido em P.150392Trabalhos recentes referem que o impacte das alterações climáticas sobre a evapotranspiração das florestas portuguesas e, sobre os recursos hÌdricos poderá ser importante, nomeadamente se se verificarem os cenários mais recentes quer de emissões quer de circulação geral da atmosfera que se traduzirão por uma diminuição da quantidade de precipitação no sul da Europa (Parry, 2000).
POCI/BIA-BDE/55596/ 2004José Carlos Alcobia Rogado de BritoO papel das barreiras ecológicas na estrutura genética dos viperídeos: uma aproximação a multi-escalas85000Eventos paleogeológicos e alterações climáticas desde o último máximo glaciar contribuíram, provavelmente, para eventos de isolamento, refúgio populacional e processos de contracção/expansão. Não é conhecido, no entanto, como é que os factores ambientais afectam a área de distribuição nem a estrutura da variabilidade genética.
POCI/CLI/56269/ 2004Elsa Maria Vila Maior CasimiroAlterações Climaticas e Turismo em Portugal: Impactos Potencias e Medidas de Adaptação (CLITOP)75000Muitos estudos já se debruçaram sobre os impactos das Alterações Climáticas globais nos diversos sectores da actividade humana nas várias regiões do Globo. É contudo surprendente que os estudos destinados ao Turismo – a maior indústria ao nível global – sejam tão poucos, já que é evidente que este tipo de actividade não apenas deverá receber fortes impactos, dado a sua nítida ligação ao clima, como também é um dos sectores cuja intensidade carbónica é maior, dada a sua ênfase em viagens de longa distância e elevado conforto, e portanto um alvo previligiado para medidas de adaptação e mitigação.
POCI/MAR/56296/ 2004JOSÉ FORTES LOPESEstudo do impacte das mudanças climáticas na costa portuguesa - o ecossistema costeiro de Aveiro –SIMCLAVE76500Prevê-se que, nos próximos séculos algumas zonas costeiras oceânicas poderão observar alterações climáticas, tais como a variações, dos padrões do vento e da temperatura do ar, o que poderá provocar mudanças nos eco-sistemas costeiros, nomeadamente, a temperatura das águas costeiras, o possível crescimento anormal de algas tóxicas, ou mudanças nas taxas de nutrientes ou na composição e distribuição do fitoplâncton.
POCI/CLI/56371/ 2004Amilcar de Oliveira SoaresBioAridRisk - Avaliação Espacio-Temporal dos Riscos de Alterações Climáticas Baseada num Índice de Aridez50000A desertificação é um processo persistente, abrangente e quase irreversível de degradação da terra, que afecta regiões sub-húmidas, semi-áridas e áridas do Planeta. A UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação) aponta a variabilidade climática e algumas actividades humanas como as principais causas da desertificação.
POCI/AGR/57279/ 2004Maria Margarida Branco de Brito Tavares ToméSimulação do efeito de diferentes estratégias de gestão e de alterações climáticas na produção de madeira/cortiça e no sequestro de carbono para as principais espécies da floresta portuguesa85500Em consequência do protocolo de Kyoto, entre os vários serviços que são hoje esperados da floresta, o sequestro de carbono pelas florestas desempenha um papel muito importante. Um outro paradigma com que a gestão florestal do presente se depara é o facto, já assumido por todos, de que as alterações climáticas esperadas terão impactos significativos no crescimento das florestas.
POCI/CLI/57597/ 2004Maria Amélia Afonso GrácioFactores climáticos/ambientais afectando a dinâmica das populações de Lymnaea truncatula e a transmissão de Fasciola hepatica em Portugal.95000No entanto, o acesso ao modo como as alterações climáticas afectam a transmissão da doença em Portugal é difícil porque a relação entre a dinâmica da transmissão e os factores ambientais específicos não está completamente compreendida.
POCI/ENR/59323/ 2004Carlos Manuel Lopes FrancoProdução de H2 por Gasificação de Biomassa45000A sociedade moderna por todo o mundo tem que lidar com grandes problemas. Entre os mais importantes temos: as mudanças climáticas, o tratamento dos resíduos produzidos e as necessidades energéticas.
POCI/AMB/60267/ 2004Teresa Filomena Vieira NunesCaracterização química do aerossol urbano PM2.5 e PM1070965Actualmente o interesse no aerossol atmosférico é elevado devido principalmente aos seus efeitos na saúde humana e nas alterações climáticas.
POCI/CLI/60421/ 2004António José Dinis FerreiraAvaliação do risco de cheia e mobilização de poluentes como resultado de alterações globais90000É esperado que as alterações globais (combinação das alterações climáticas e dos usos do solo), produzam alterações significativas ao nível dos processos climáticos e hidrológicos em áreas urbanas. O resultado são picos de cheia rápidos e catastróficos, que produzem perdas devastadoras sobre bens e propriedades, e colocando mesmo em risco a vida dos cidadãos, além de alterarem os mecanismos de transporte dos poluentes.
POCI/AMB/60646/ 2004Maria Julia Fonseca SeixasE2POL - abordagem integrada de política ambiental e energética na gestão da produção e consumo de electricidade74969Actualmente existe uma multiplicidade de instrumentos de política (IP) em actuação sobre os diferentes agentes que integram oferta e procura de electricidade. Estes instrumentos resultam da implementação de directrizes de política energética (decorrentes essencialmente de objectivos económicos) e de política ambiental (em particular política de alterações climáticas). Considerando apenas o campo da política ambiental é possível identificar conflitos entre objectivos de IP. Ao considerar também IP de energia, a complexidade aumenta.
POCI/BIA-BDE/60911/ 2004Maria Raquel Barata GodinhoGenealogias nucleares, genética da paisagem e SIGs: desenvolvimento de uma abordagem integrada para testar hipóteses sobre a biogeografia da herpetofauna ibérica89500Por outro lado, a modelação da distribuição das espécies na Península Ibérica feita através da utilização de dados climáticos e ambientais mostrou enormes potencialidades na previsão de distribuições futuras em cenários de aquecimento global ou na simulação de paleoclimas e identificação de potenciais refúgios.
POCI/CLI/61605/ 2004José Carlos Fernandes AntunesVariações em latitude na biologia de espécies-chave estuarinas como indicadores para a previsão de efeitos das alterações climáticas50000Como todos os ecossistemas costeiros, os estuários sofrem consequências das alterações climáticas globais. Estas afectam os organismos vivos não apenas ao nível individual, mas também ao nível da organização das cadeias tróficas e do funcionamento do estuário. Deste modo, a compreensão das interacções entre espécies é importante para prever os efeitos das alterações climáticas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tretas de Saramago

José Saramago morreu hoje. Não gostava, nem dele, nem da escrita dele. Aos leitores deixo-lhes a visão de um Prémio Nobel, a propósito do sismo no Haiti, pouco esclarecido:

Haverá outros terramotos, outras inundações, outras catástrofes dessas a que chamamos naturais. Temos aí o aquecimento global com as suas secas e as suas inundações, as emissões de CO2 que só forçados pela opinião pública os governos se resignarão a reduzir, e talvez tenhamos já no horizonte algo em que parece ninguém querer pensar, a possibilidade de uma coincidência dos fenómenos causados pelo aquecimento com a aproximação de uma nova era glacial que cobriria de gelo metade da Europa e agora estaria dando os primeiros e ainda benignos sinais.

Comprenderam? Como todos sabemos, é preciso fôlego para ler a frase completa. Vejam a confusão que reinava naquela mente, sobre um tema que ele obviamente não dominava:

Não importa que qualquer dia comecem a nascer flores no Árctico, não importa que os glaciares da Patagónia se reduzam de cada vez que alguém suspira fazendo aumentar a temperatura ambiente uma milionésima de grau, não importa que a Gronelândia tenha perdido uma parte importante do seu território, não importa a seca, não importam as inundações que tudo arrasam e tantas vidas levam consigo, não importa a igualização cada vez mais evidente das estações do ano, nada disto importa se o emérito sábio José María vem negar a existência do aquecimento global, baseando-se nas peregrinas páginas de um livro do presidente checo Vaclav Klaus que o próprio Aznar, em uma bonita atitude de solidariedade científica e institucional, apresentará em breve.

Mas afinal, o importante que me fica de Saramago, é que ele utiliza a palavra treta:

Quando Rajoy, com aquela composta seriedade que o caracteriza, nos informou de que um seu primo catedrático, parece que de física, lhe havia dito que isso do aquecimento climático era uma treta, tão ousada afirmação foi apenas o fruto de uma imaginação celta sobreaquecida que não havia sabido compreender o que lhe estava a ser explicado, ou, para tornar ao ovo dialéctico, é isso uma doutrina, uma regra, um princípio exarado em letra pequena na cartilha do Partido Popular, caso em que, se Rajoy teria sido somente o repetidor infeliz da palavra do primo catedrático, já o oráculo em que o seu ex-chefe se transformou não quis perder a oportunidade de marcar uma vez mais a pauta ao gentio ignaro?

Deixem-se de conversa

O novo primeiro-ministro inglês David Cameron, e o primeiro-ministro sueco Fredrik Reinfeldt, num artigo conjunto no Financial Times de ontem, começam por relatar como se conheceram:

We first met in Stockholm three years ago. Our discussions were all about issues such as education and climate change. The economy barely came up.

Re-encontraram-se esta semana em Bruxelas. Parece que a conversa foi outra:

So when we meet in Brussels today, the economy will dominate discussions. We are agreed there are four clear steps we need to take to ensure that Europe thrives and prospers.

Dessas quatro medidas, certamente a educação e as alterações climáticas se encaixarão numa delas:

First we need to get a grip on our debts. (...)

Second, we need to fix our financial sector. (...)

The third step is creating the conditions for growth. (...)

The fourth step to a prosperous Europe is to fight protectionism. (...)

Mas, nem uma palavra sobre os temas que os reuniu inicialmente! O que eles sugerem é que nos deixemos de conversas, nomeadamente sobre as alterações climáticas, e que passemos à acção naquilo que realmente é importante:

The time has come for the EU to stop talking and start taking action - on debt, on fixing the banks, on creating the conditions for growth, on promoting free trade.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Parasitagem em contos

A parasitagem dos ecologistas traduz-se em boa medida na quantidade de fundos públicos que conseguem extorquir. Os políticos, fracos como se sabe, não hesitam em apoiar projectos mirabolantes, como o caso do francelhos da RAVE, que recentemente referi. Na altura encetei um esforço em perceber quão longe consegue isto da extorsão ir. Neste primeiro post, referencio apenas alguns (poucos) relativos ao tema do Aquecimento Global/Alterações Climáticas, que conforme podem ver, ainda tinha pouca expressão no final do século XX:

ReferênciaInvestigador ResponsávelProjectoExtorsão
PRAXIS/C/MGS/11048/98Filipe Duarte Santos Alterações climáticas em Portugal, cenários, impactes e medidas de adaptação (SIAM)32157 Contos
3/3.2/EMG/1949/95Carlos Alberto Diogo Soares BorregoImpacte das Alterações Climáticas Globais no Ambiente Atmosférico do Atlântico Norte e Península Ibérica30000 Contos
3/3.2/EMG/70/94 Filipe Duarte Santos Mudança Climática em Portugal nos Últimos 15 Mil Anos20000 Contos
2/2.1/MAR/1743/95 João Manuel Alveirinho DiasRiscos Naturais Associados a variações do Nível do Mar - Estudo de Causas e Efeitos (RIMAR)40000 Contos

Depois, haverá mais em euros...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Défice Tarifário em Espanha

A electricidade vai subir significativamente em Espanha. Tudo função do monstruoso défice tarifário de nuestros hermanos, do qual falamos recentemente, mas que entretanto parece ter engordado ainda mais. Segundo o diário El Mundo, o monstrozinho é actualmente de 18 mil milhões de euros, o que significa quase 400€ por cada espanhol!

O tema ganhou relevância política em Espanha, por ter sido debatido ontem no Congresso lá do sítio. Perante as evidências, e a necessidade de aumentar o preço da electricidade, Zapatero culpou Aznar da necessidade dessa subida! Os políticos são assim, e não tardará Sócrates a seguir a culpabilização do seu grande amigo espanhol.

Mas olhando para os gráficos, a história é outra. Atente-se no gráfico acima, retirado deste excelente documento, que evidencia apenas a evolução do monstro até 2008. Para quem não sabe, Zapatero tomou cargo como primeiro-ministro de Espanha em Abril de 2004...

Mundial frio

Jogar com luvas neste Mundial de futebol pode parecer um tique dos futebolistas, mas a maior parte dos fanáticos de futebol, com os quais falei ontem, não fazem ideia que é (quase) Inverno na África do Sul. O jogo entre o Brasil e a Coreia do Norte foi mesmo jogado em temperaturas negativas. Há locais onde nevou pela primeira vez nos últimos 20 anos. É mesmo esperada neve para alguns jogos desta semana.Fora do futebol, esta vaga de frio já matou mesmo 500 pinguins.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Painéis Solares à FNAC

Muitos não se lembram que, dantes, FNAC era sinónimo de ar condicionado. A FNAC era a "Fábrica Nacional de Ar Condicionado", tinha como símbolo um lince, e era supostamente um modelo empresarial. Na Internet, há pouca informação sobre esta história recente, mas há ainda algumas pérolas. A FNAC faliu nos finais da década de 80, no meio de um processo atribulado, sem que pessoas como o presidente Alexandre Alves, fossem afectadas no processo. O Alexandre Alves, conhecido como o "O Barão Vermelho", entretanto foi abordando outros conceitos empresariais, mas como bom empresário comunista, nenhum com sucesso reconhecido.

Entretanto, Alexandre Alves apareceu com um novo projecto: RPP Solar. É uma inflexão de 180º, do frio para o solar. E o que está a dar é sacar dinheiro ao Estado/contribuintes. São apenas 128 milhões de euros de incentivos, ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), sendo 58 milhões de incentivos financeiros e os restantes 70 milhões de incentivos fiscais. E ele ainda se queixa de que é pouco! Segundo o Correio da Manhã de hoje, são 30.000 euros de incentivos por cada posto de trabalho a criar!

Mas isso não é o pior. O pior é que o caminho da indústria fotovoltaico, nos termos actuais, é para baixo. Já o havia referenciado aqui no passado. Se lá fora a bolha já estoirou, porque estamos nós a investir aqui em Portugal? Será que vamos importar a sucata fotovoltaica de Espanha, puxar o lustro, e impingir os painéis fotovoltaicos a alguém? Qualquer dia, não se admirem, verão o Barão Vermelho noutro esquema qualquer...

Actualização: A nótícia do Correio da Manhã já está online, com mais detalhe. Alexandre Alves, na primeira pessoa:

Convidei os deputados todos e não puseram cá os pés. Têm mais que fazer. Aqui não tenho escutas para resolver. Não tenho maricas aqui ao pé de mim

Como incentivo trazemos os clientes de férias a Abrantes. Ficam ali no hotel, a ver o Tejo e vão aos bons petiscos do Alberto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Plástico ecológico

Via Ciência Alternativa recebemos a notícia de que agora o plástico é ecológico! Como podem ver pela fotografia ao lado, o logo da WWF vem estampado nos produtos de plástico. Como refere Humberto Orcy da Silva, autor do blog, isto é um grande negócio:
  • A empresa que fabrica plástico, doa parte do valor para a ONG e fica de bem com a sociedade.
  • A ONG arrecada muito dinheiro e empresta seu nome para empresa
  • A população, que adora plástico, mas sabe que não é ecológico, compra o plástico achando que está ajudando o meio ambiente e vai tranquila para casa.

Ecologia à muçulmana

Já há mais de meio ano que não falavamos aqui do Príncipe Carlos. Mas como ele não tem noção das barbaridades que diz, ao ponto de já nem a assistência militante o levar a sério, como a foto documenta, é preciso continuar a expôr estes príncipes da treta.

Na semana passada, o príncipe de Gales sugeriu aos ecologistas que levassem uma vida à maneira dos muçulmanos. É preciso seguir os seus princípios espirituais para proteger o ambiente... Até porque as outras religiões também o sugerem, mas para Carlos, cristão praticante, e futuro líder da Igreja de Inglaterra, o Islão é o melhor exemplo... Até porque Carlos andou a estudar recentemente o Alcorão, afirmou ele no Centro de Estudos Islâmicos de Oxford. Mas olhando para partes do discurso, é díficil perceber se isso está de acordo com o Alcorão:

Many of Nature's vital, life-support systems are now struggling to cope under the strain of global industrialization. How they will manage if millions more people are to achieve Western levels of consumption is highly disturbing to contemplate. The problems are only going to get much worse. And they are very real.

Segundo Carlos, não só devemos obrigar o terceiro mundo a continuar pobre, como a culpa é do Galileo:

This imbalance, where mechanistic thinking is so predominant, goes back at least to Galileo's assertion that there is nothing in Nature but quantity and motion. This is the view that continues to frame the general perception of the way the world works and how we fit within the scheme of things. As a result, Nature has been completely objectified – “She” has become an “it” – and we are persuaded to concentrate on the material aspect of reality that fits within Galileo’s scheme.

Mas o que mais impressiona são as múltiplas referências às teorias catastróficas de Malthus, pouco islâmicas, e que estão por todo o lado no discurso, como é o exemplo seguinte:

The experts suggest that, in theory, the Earth could support 9 billion people, but not if a vast proportion is consuming the world’s resources at present Western levels. So the changes have to be essentially two-fold. It would certainly help if the acceleration slowed down, but it would also help if the world reduced its desire to consume.

domingo, 13 de junho de 2010

Buraco nuclear

Os ingleses estão a topar que a energia nuclear não fornece apenas energia em quantidade e barata. O secretário de estado da energia do Reino de Sua Majestade, Chris Huhne, descobriu uma herança negativa de 4 biliões de libras, dos seus sucessivos antecessores. O valor está relacionado com a desactivação de algumas centrais nucleares inglesas nos próximos quatro anos.

Este valor é enorme para quem tem um orçamento anual de 3 biliões de libras, que era supostos serem aplicados, entre outras coisas, nas alterações climáticas... E andaram muitos anos a pagar energia supostamente barata, para agora lhes aparecer uma factura no final! Huhne, que é um céptico do nuclear, tal como eu, especialmente em Portugal, terá todavia que tratar do problema, considerando ainda que terá que meditar o que fazer quando fechar as ditas centrais nucleares. É que no Reino Unido, a produção nuclear é responsável por 20% do total de electricidade produzida.

Editado: O meu cepticismo em relação ao nuclear é, sobretudo, na aplicação dessa tecnologia ao caso português. Não é por querer o nuclear longe, mas sobretudo por não termos manifestamente competências nacionais nessa matéria, e por não termos economias de escala associadas.

sábado, 12 de junho de 2010

O livro sobre a fraude eólica

Para todos aqueles que ainda acreditam que a energia eólica nos pode levar a algum lado, sugiro-vos uma leitura do livro "The Wind Farm Scam". Ainda não o li todo, mas todos os comentários lidos definem o livro como extraordinário! Talvez alguém queira fazer chegar um exemplar ao nosso primeiro ministro, e já agora ao líder da oposição. Mas é possível ler um pouco online na Amazon, donde extraí o início do primeiro capítulo:

Like Concorde, a modern wind turbine is a remarkable feat of ingenuity and it is surprising to find such outer limits of civil engineering described as elegant - even beautiful. (...) As with Concorde there should be a couple of wind turbines in a museum.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O mistério do Iceberg desaparecido

Há ecologistas demasiado idiotas, para ser verdade. E isso é particularmente verdade com todos aqueles que se têm metido com o Árctico, como foram estes exemplos de 2008 e 2009.Um dos primeiros apanhados de 2010 é o projecto cool(E)motion, patrocinado pela WWF. A ideia foi colocar uma escultura gigante num iceberg, depois esperar que o iceberg partisse, e que o Aquecimento Global fizesse o resto... Colocaram um bocadinho de tecnologia, incluindo localização por GPS, para que todo o planeta pudesse acompanhar em directo o degelo que ocorre mais a Norte. O iceberg era um pequeno monstrozinho a 28 de Maio, sendo preciso lembrar que 90% do volume de um iceberg está tipicamente debaixo de água.

Uns dias depois, um dos comentadores, a 2 de Junho, notou que o GPS dava indicações de que o iceberg estava no meio da localidade de Saattut. Aí começou a confusão. Num post do dia seguinte, o projecto notou que o iceberg se tinha mexido a grande velocidade para sudeste, de acordo com a trajectória que está definida no mapa acima. Notem que depois de andar à deriva, o iceberg aprendeu depois a navegar a direito! Depois, de repente, o iceberg navegou rumo a norte, directamente para o meio da localidade de Saattut!

Num post do mesmo dia, o projecto anuncia que o iceberg tinha desaparecido! Melhor, afundado! Depois de avisados por um comentário, lá tiraram o afundado, porque qualquer tótó sabe que um iceberg não afunda!!! Depois fala-se de icebergs a explodir e a colapsar por causa do calor! Dá para acreditar???

Não percam a história contada no blog de Anthony Watts. É de rir e chorar por mais. Provavelmente, ao pescador que fanou o GPS/transmissor não lhe acontecerá nada, como não passa nada com o Ricardo Rodrigues. Mas talvez ainda possa devolver o iceberg...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nem tudo o que reluz é água

Nem tudo o que reluz é o que parece! É o que diz um estudo acerca da influência dos painéis fotovoltaicos em determinados insectos. Segundo o estudo, que saiu na Conservation Biology, esses painéis produzem luz polarizada, que atraiem os insectos. Os insectos confundem os painéis com água, e depositam os seus ovos aí! Pelo menos 300 espécies de insectos reconhecem a água por esta forma, pelo que o impacto pode ser significativo...

Mas os investigadores propuseram uma solução simples: pintar umas faixas brancas nos painéis. Reduziria a sua capacidade de produção de energia em 1.8%, mas com uma redução estatisticamente significativa da atracção dos painéis pelos insectos...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

More about Beeville


The Beeville story just keeps getting better. In the comments section of yesterday's WUWT post, I got a couple of ideas. First, there is a very interesting site where we can graph adjusted vs. non-adjusted temperatures of GHCN. The first graph above is the result for the Beeville station. A clear difference is visible between adjusted and non-adjusted temperatures, especially during the first half of the XX century. And looking at the blue line does give us an impression that Global Warming might not be happening in Beeville.

Being a skeptic, I searched for the raw data. The monthly data is available at the NOAA site. Got the data for Beeville and plotted the second graph above (click the graphs for better detail). Does anyone see any warming going on? Doing a linear trendline on the monthly data gives us "y = -0.0637x + 829.59", which means that temperatures have gone down! And now, imagine which were the 20 hottest months at Beeville, for the last 113 years:

MonthTemperature (x 10 ºF)
1951/8888
2009/7880
1998/7879
1952/8878
2009/8877
1953/7876
1902/8875
1998/6872
1897/7871
1915/7871
1980/7871
1914/7869
1915/8869
1916/6869
1938/7869
1951/7869
1958/8869
1911/8868
1954/8867
1927/8866

Might Julisa Castillo deserve a prize, after-all?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Being skeptic


Great interest has developed on the Internet relating to the story about Julisa Castillo's "Disproving Global Warming" project. It admittedly had received a NSF prize, with Al Gore in the jury. It has now been confirmed as most probably a strange hoax.

While most of the Internet is judging why would Al Gore be in this jury, or if there is such a thing as "National Science Fair" associated with the National Science Foundation (note the same initials), which both set my BS detector very high on Sunday, I was quickly on the run to find out what temperatures were like in Beeville, TX. Checking out the paper's claims was far more interesting than being skeptic about the news...

First thing to check was for USHCN data. Quick to find it out at the GISS website, and first graph above. Looking at it, I wondered what type of station was this. I went to the surfacestations.org site, and discovered it was a reasonably well located station. But then, the temperature graph, a little more than one year old, was slightly different, as can be seen in the above second graph. Looks like there was some tweaking going on! But discovering anything more about Beeville seemed pretty difficult. Some interesting information about the station can be found at NOAA. But what really surprised me was the graph uploaded by "Tom in Texas", referenced in the comments section in a Watts Up With That post. It shows that adjustment data for Beeville is greater than 2ºF for the last 110 years.

While other information might help in settling all these different graphs, it seems like the real news will be about how temperatures are being dealed with in Beeville...

As tretas das baterias


Tenho um colega a quem já lhe explodiu a bateria (pirata) dum telemóvel. Não é grande novidade. Henrique Sousa, no blog HorAbsurda, tem uma imagem do que acontece quando se deixa um telemóvel a assar dentro de um carro ao sol, e que reproduzo acima. Ou como a da segunda imagem, relativa à explosão de um portátil, captada numa conferência no Japão.

Vem isto a par do entusiasmo que anda aí pelos carros eléctricos. Esqueçam o facto de que não há grandes quantidades de lítio, ou de que a sua extracção é custosa. Que as reservas de lítio são insuficientes para as quantidades de veículos eléctricos previstos. Esqueçam que Portugal também produz lítio. O futuro dos carros eléctricos vai ser umas valentes explosões...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quando a esmola é grande, o Ecotretas desconfia...

Era bom demais para ser verdade. Quando li, nem queria acreditar. Uma miúda, Julisa Castillo, do quarto ano, de uma escola de Beeville, no Texas, havia ganho o primeiro prémio do 2010 National Science Fair. O seu projecto "Disproving Global Warming" tinha ganho a 50000 outros projectos, na NSF, sendo que Al Gore fazia parte do juri! Mas quando a esmola é grande, o Ecotretas desconfia...

Vai de investigar a notícia, e descobre-se outra mais antiga. Onde se verificam alguns detalhes da investigação. Mas do trabalho, uma pesquisa no Google não revela nada, senão notícias... Dessa suposta competição, nada de destacado parece emergir, nem deste ano, nem de anos anteriores... Restava uma outra saída: procurar ver se existiu mesmo aquecimento global, ou não, para os lados de Beeville, no Texas.

O gráfico das temperaturas, disponível no site da NASA, e visível acima, mostra um claro aquecimento nas últimas três décadas. Tão escandaloso, que fui dar uma vista de olhos ao site do Anthony Watts, surfacestations.org. O que lá se vê é uma estação aparentemente bem localizada. Curiosamente com um gráfico distinto do da NASA, que indicia que alguém andou a acelerar o Aquecimento Global... Será que esta é que é a notícia?

Actualização: Alguém confirmou a falsidade da notícia. Nada como ser céptico! O problema de alteração das temperaturas mantém-se!

domingo, 6 de junho de 2010

A ajuda de Hollywood

O desastre ambiental provocado pela BP, no golfo do México, que deixa o Presidente americano furioso, porque não consegue dar uma p'ra caixa, teve desenvolvimentos surpreendentes. Parece que uma das opções consideradas pelo Governo americano foi a solução atómica! Uma constatação de que o Governo americano não tem realmente uma solução à dimensão do problema. A BP, essa está a tentar fazer o que pode.

Mas, surpreendentemente, a ajuda poderia ter vindo dos lados de Hollywood! Parece que o James Cameron, realizador do filme "O Abismo", e autor do documentário "Ghosts of the Abyss", parece ser dos poucos que dispõe, ou consegue dispor, da tecnologia para ajudar no problema. O que dá a dimensão das parecenças reais desta tragédia com a da Apollo 13! A leitura deste artigo da Vanity Fair, dá uma dimensão absolutamente surreal do que se está a passar para aqueles lado...

Recordes de neve

Estamos a chegar, no hemisfério norte, ao solstício de Verão, mas ainda há neve em muitos locais. Na Austria, há estâncias de esqui que estão a re-abrir, depois de quedas de neve nos últimos dias. Na Suécia central, a estância de Storlien-Visjövalen viu a sua neve apenas derreter na quarta-feira passada, o que contribuiu para o maior período contínuo de cobertura de neve, pelo menos dos últimos 60 anos, desde que há registos, de acordo com os serviços meteorológicos suecos (SMHI). Nos Estados Unidos, a situação é semelhante, mesmo em estados como o da California, com a média de neve para esta altura do ano a ser 176% do normal!

sábado, 5 de junho de 2010

Nem tudo está perdido


A sociedade futura parece ser uma em que os estúpidos triunfarão. Isso fica claramente provado quando se fala com um ecologista militante, como o exemplo de Monckton vs. Greenpeace o prova. E isto acontece porque na sociedade socializante que temos, em vez de se promover alunos com valor, promovemos os estúpidos. Um dos cúmulos da paixão do ensino, depois do exame deste ano do 6º ano de Matemática, em que os alunos tinham que responder a contas como "5+2" e "8/4"...

Mas nem tudo está perdido! Como se pode ver pelo exemplo do vídeo acima, ainda há crianças que conseguem fazer contas. Experimentem e tentem responder primeiro que elas. Vão ter dificuldades... Estas crianças serão cépticas, de certeza absoluta. Serão poucas, é verdade, mas trucidarão argumentações alarmistas com uma perna às costas...

Para que serve um Prius?

Na sequência do artigo sobre a separação de Al e Tipper Gore, um leitor atento enviou-me mais uma notícia sobre a nobre família do profeta do Aquecimento Global. O seu único filho (tem mais três filhas), Albert Gore III, foi preso em Julho de 2007, no mesmo ano em que o paizinho ganhou o Prémio Nobel, por conduzir em excesso de velocidade! O pai não lhe deve ter incutido a noção de que a sua pegada ecológica saía penalizada quando se conduz a 160Km/h. A proeza de Albert, que na altura tinha 24 anos, foi conseguida ao volante de um Toyota Prius, a altas horas da madrugada! Mas ainda há mais... Ao sheriff cheirou-lhe a marijuana, e depois de uma busca, encontrou para além da marijuana, outras drogas de prescrição, incluindo Valium, Xanax, Vicodin, Adderall e Soma. Ele já era reincidente, tendo sido preso em 2002 por conduzir bêbado, e em 2003 por posse de marijuana. O filhinho do papá lá foi preso, e saiu depois de pagar uma fiança de 20000 dólares, coisa pouca para o pai...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Manietação ecológica

O post da passada quarta-feira, sobre o buraco da BP, colocou-me uma questão pertinente: Como é que um buraco que está a poluir todo o Golfo do México, claramente um dos maiores desastres ambientais de sempre, que ameaça agora chegar ao Atlântico, não merece uma resposta mais arrojada dos ambientalistas?

Os leitores poderão advogar que o tema já é bastante retratado nos Media. Mas eu acho que é pouco. Eles fazem manifestações importantes, até no nosso Cais do Sodré... Mas virarem-se contra a BP? Pouco! É preciso lembrar que o acidente ocorreu a 20 de Abril (há 45 dias!!!), e que desde o início se sabia da sua gravidade!

JoNova havia evidenciado o problema num artigo de há uns meses atrás. Tudo se resume ao "Follow the money". Ela refere como os cépticos são muitas vezes criticiados por receberem financiamento da indústria petrolífera. Infelizmente, esquecem-se que muitos como nós não recebem um cêntimo que seja, de lado nenhum. E que eles recebem montes de dinheiro, conforme até já havia referido antes.

A BP é uma empresa supostamente verde. Já num artigo de 2006, a Time questionava esse facto. Mas como se vem a saber, esses ecologistas recebem mesmo muito dinheiro das petrolíferas. E esse é um tema que os media não exploram, com poucas excepções. Como o caso do Washington Post, que num artigo do mês passado, explora como diversas organizações estão agora manietadas pelo apoio anterior da BP, ao ponto dos seus associados estarem perplexos. Como Henrique Pereira dos Santos aborda indirectamente num post no blog Ambio de ontem, há muitas associações que vivem à custa destes dinheiros, afundando-se, concluo eu, no processo...

Actualização: Mais manietação aqui.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Avanço americano

No blog Watts Up With That, Harrison Schmitt tem um artigo inspirador, sobre uma Nação que foi capaz de ir à Lua várias vezes, mas que é incapaz de tapar um buraco!

O artigo referencia a colagem que Obama, e a administração Americana, estão a fazer do buraco da BP, às dificuldades que se viveram na missão da Apollo 13. Mas será que há realmente semelhanças entre as duas situações? Veja-se o detalhe das explicações de Harrison Schmitt, o último humano até hoje, a pousar pé na Lua:

“Failure was not an option” for Gene Kranz and his Apollo 13 flight controllers and engineers. In contrast, failure clearly has been an option for President Obama and those claiming to have been on top of this situation “from day one” in his White House and in the Departments of Interior, Energy and Homeland Security. With no single, competent, courageous and knowledgeable leader in charge of a comparably competent, courageous and knowledgeable team as we had with Apollo 13, the Administration has been doomed to failure from the start. The President, without any experience in real-world management of anything, much less a crisis, has no idea how to deal with a situation as technically complex as the Gulf oil spill.

Whatever may be the culpability of British Petroleum and its federal regulators in causing and dealing with the accident, it has been left to BP engineers and managers and to Gulf State officials to respond as best they can in a regulatory environment that is politically charged, incompetent, fearful and hesitant.

Absolutely no reason exists to assume that any part of the Federal Government has engineering expertise comparable to the petroleum industry that can be applied to this or any future energy-related crisis. Certainly, White House Chief of Staff Rahm Emanuel, Interior Secretary Ken Salazar, Homeland Security Secretary Janet Napolitano, and Energy Secretary Steven Chu have no more experience in these matters than does the President.

Salazar’s empty threat to “push BP out of the way” has no basis as a realistic option and best illustrates the floundering of the Obama Administration. Indeed, from “day one,” the expertise of the entire U.S. and British drilling and production industry should have been mobilized to combat this spill, with a single experienced engineering manager in charge. It still is not too late to start doing it right.

A more appropriate analogy from the Apollo era would be the recovery from the tragic fire during a pre-launch test on January 27, 1967, that took the lives of astronauts Gus Grissom, Ed White and Roger Chaffee.

The lessons from the 204 fire were applied and we moved on. In contrast, President Obama’s and his Administration’s otherwise rambling response to the Deepwater Horizon explosion has been to stop offshore oil exploration by the United States. How misguided and, indeed, how either ignorant or devious can our President be!?

President Obama has shown repeatedly that the best interests of the American people are a lower priority than his ideological goal of changing America from what it has been, to some mystical, socialist utopia with a renewable-energy-based standard of living equivalent to that of the late 1800s. As if the Administration could not make its ineffective, disjointed response to the Deepwater Horizon accident any worse, it did not even use previously established sea surface burn-off and dispersant procedures to minimize the effects of the spill.